quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Resenha: Filhos do Éden - Paraíso Perdido

Olá...
Aqui estou novamente com mais uma resenha, depois de algum tempo sem dar as caras.
Bem, postei esse texto originalmente no Skoob, então, basicamente copiei e colei aqui que feio, moça!
Confesso que fiquei surpresa com o tamanho da resenha, mas foi algo que eu não pude controlar. E também acho que o correto seeria resenhar os outros dois livros anteriores antes, mas como estou usando o blog com mais intensidade agora, preferi postar a resenha do terceiro livro primeiro (até porque ela já estava pronta e também porque a ordem não altera os produtos. Na realidade até altera, mas...).
Ah, e antes de iniciar gostaria de dizer que sou bem tiete do Eduardo Spohr. Acho que ele é um exemplo bem palpável de o quanto a literatura brasileira pode obter sucesso e reconhecimento... Mesmo que o seu primeiro livro, "A Batalha do Apocalipse" não tenha sido TÃO bem escrito assim. Bom, sem mais enrolações, aqui está a resenha:
"Nenhum futuro é certo e nenhuma trajetória está determinada"

Paraíso Perdido é o terceiro e último livro da série Filhos do Éden, que venho acompanhando desde 2011. Gostaria de dizer, primeiramente, que este foi um dos livros pelos quais esperei mais ansiosamente para ler, não apenas pela ideia de ser o final da saga que acompanho há tanto tempo, mas também porque sempre que leio algum livro do Eduardo, acabo embarcando em uma verdadeira aventura, em uma experiência única. E eu estava querendo sentir essa sensação novamente. Bem, com esse livro, eu a senti, mas com muito mais intensidade do que esperava.

O livro é centrado na luta pela derrota de Metatron, o Primeiro anjo, e é dividido em três partes bastante distintas, mas que desembocam em um ponto comum. Acho melhor falar sobre cada uma separadamente, contudo, não irei me aprofundar muito, por causa dos spoilers...

A primeira parte se passa no reino de Asgard (sim, a terra de Odin, Thor, Valquírias!), Kaira e Urakin acabam chegando lá ao caírem nas águas do rio Oceanus e, para a surpresa dos dois, encontram Denyel como sendo um capitão dos deuses da guerra.
Porém, Asgard não está em seus melhores dias. Com a captura do deus Heimdall, Bifrost não pode ser utilizada. Assim, a única forma de sair seria resgatar Heimdall e derrotar Thrymir, líder dos gigantes de gelo, inimigo dos deuses. Dessa forma, os anjos acabam se responsabilizando por essa nova missão, o que rendeu batalhas emocionantes, “puramente nórdicas” e muito bem escritas, aliás.

Confesso que fiquei bastante surpresa com a forma que o Eduardo “uniu” esse mundo nórdico (que eu particularmente curto muito, deve ser por influência do Sr. Tolkien) ao seu universo (e também imagino o tanto de pesquisas que ele deve ter feito, rs). Nunca pensei que fosse ficar algo tão legal, realmente com sentido, e isso só deixou ainda mais claro o quanto o Spohrverso é rico e pode se expandir.

A segunda parte, para a minha alegria (e para a de muitos, imagino) se passa antes do Dilúvio, ainda nos tempos de Enoque e Atlântida, esta última governada por Orion. É narrada a saga de Ablon e Ishtar, que devem derrotar os sentinelas e capturar Metatron, seguindo a ordem de Miguel.

Ablon é um dos meus personagens favoritos, e confesso que senti uma grande nostalgia em “reencontrá-lo” e vê-lo em ação, mesmo que este Ablon retratado nessa parte seja MUITO diferente daquele general, daquele herói apresentado em ''A Batalha do Apocalipse''. Na realidade, nos deparamos com um personagem completamente fiel aos arcanjos, ingênuo, e, de certa forma, imaturo. Ou seja, como o próprio Metatron diz, no momento ele era apenas um soldado, não um herói.
Ishtar, uma personagem que não havia chamado a minha atenção até este livro, foi bem explorada, principalmente em relação ao que ela sentia por Ablon, um sentimento que salvou a ambos, literalmente.

A Terceira parte é uma convergência entre a segunda e a primeira. É onde ocorre, finalmente, o desfecho, que antecede os acontecimentos do Apocalipse. Creio que depois da leitura de Paraíso Perdido, A Batalha do Apocalipse passa a ser visto com outros olhos, pois foram excelentes as conexões entre os dois livros, desde nomes de personagens à ações dos mesmos, que resultarão no Armageddon.

Bom, assim como as partes anteriores, a terceira possui um ritmo acelerado e até mesmo viciante. Estava tão desesperada pelo final que a devorei em um dia! Grandes revelações são feitas, principalmente sobre Kaira, Denyel, os sentinelas e também sobre os planos de Metatron (que são um tanto controversos, afinal, ele quer preservar os humanos tirando deles um bem precioso. Na verdade, Metatron é um personagem 'complicado', porque mesmo que tivesse boas intenções, seus planos não deixam de ser uma barbaridade).

Alianças improváveis se formam e inimigos inesperados revelam-se. O amor entre Denyel e Kaira fica cada vez mais claro, mais real, sendo capaz até mesmo de ser a grande chave para a derrota dos inimigos. Já em relação ao Ablon, é narrado como ele conseguiu capturar Metatron (com um duelo de tirar o fôlego).

Assim, finalmente nos despedimos dessa história e desses personagens tão queridos (impossível não se identificar com eles...), confesso que até com lágrimas nos olhos. Ah, e com um brinde especial à Batalha ocorrida no Hades, que é mais uma prova do quanto o Spohrverso pode se tornar gigante, dessa vez com a “entrada” de deuses gregos.

Enfim, é notável, desde A Batalha do Apocalipse, o crescimento do autor em vários aspectos. Mas, em Paraíso Perdido, ele realmente passou por uma evolução gritante. A narrativa tornou-se mais madura, dinâmica, e ao mesmo tempo simples, acessível e bastante agradável. Apenas um ponto me incomodou um pouco: Alguns diálogos, principalmente os da primeira parte, pareciam mecânicos, sem muita “emoção”, mas nada que afetasse a narrativa.

Spohr demonstrou um verdadeiro dom ao descrever cenas de ação, principalmente as de combate, que me fizeram sentir envolvida por uma “bolha”, consegui visualizar tudo na mente, cada movimento, cada grito, cada golpe, cada gota de suor. Meu coração disparou. Fiquei alheia ao mundo lá fora. Outro ponto positivo foi em relação às personagens femininas, que tiveram uma grande importância e uma participação constante ao longo de toda a obra. Elas demonstraram ser tão poderosas e capazes quanto os homens.

Também me senti feliz ao reencontrar personagens que já haviam me conquistado em livros anteriores, principalmente os arcanjos. Cada um deles, ao seu modo, teve um papel que, de uma forma ou outra, mudou o sentido do universo. Ah, e os novos personagens também me conquistaram, e muito!

Bom, para finalizar, há algo interessante que notei, pois, além de nos trazer uma história cheia de ação e aventura, creio que o autor também quis despertar nos leitores uma certa reflexão: o poder que nós possuímos. Somos humanos, não temos ''aqueles'' poderes, não erguemos espadas mágicas, mas temos o livre arbítrio, temos batalhas diárias, e podemos vencê-las, não apenas como soldados, mas como heróis. Com a nossa capacidade, com amor e amizade, podemos mudar o mundo. Mas, com essa “liberdade”, também podemos destruí-lo. E é isso o que é posto em jogo. A preservação da vida, do mundo, está em nossas mãos.


“O mundo não precisa de soldados. O mundo precisa de heróis.”
Para acessar essa e outras resenhas no Skoob, aqui.

Capa: *****
Personagens: *****
Enredo: *****
5 de 5! Recomendadíssimo.

P.S: Se você se sentiu interessado(a) pela saga Filhos do Éden, leia "Herdeiros de Atlântida'', o primeiro da série. Porém, se você ainda não leu "A Batalha do Apocalipse", é melhor lê-lo primeiro e só depois se dirigir a Filhos do Éden.

P.S 2: Que coisa! Ficou gigante mesmo!
Até a próxima.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Resenha: Spartacus, O Gladiador



Aqui estou de volta com a segunda resenha do blog!
Dessa vez, venho falar de um livro que li "na cega" pois nunca havia ouvido falar dele, e muito menos do autor.
O vi para vender nas Lojas Americanas por um preço bem acessível e, como o título e a capa chamaram bastante a minha atenção, não hesitei em comprar!

Confesso que nunca tive um contato aprofundado com a história de Spartacus, apenas conhecia o "básico" sobre ele. Enxerguei esse livro como uma boa oportunidade de aprofundar esse conhecimento e, além disso, de ter um contato maior com a Roma antiga, que é um assunto que me interessa deveras!

Logo no início da narrativa, Spartacus retorna à sua terra natal, a Trácia, depois de lutar no exército romano por um certo período. No entanto, ele descobre que sua terra está nas mãos de Kotys, que usurpou o trono.
Mesmo revoltado com a situação, ele acaba conhecendo e se apaixonando por Ariadne, uma sacerdotisa do deus Dionísio, que acaba acompanhando-o em sua trajetória, o que inclui um certo período no ludo como gladiador, e depois, como o líder de um exército contra os romanos. (Gostaria de falar mais sobre o enredo, mas se for além disso posso soltar spoilers, e perderia a graça, rs) O livro dá mais ênfase (minha opinião) nas batalhas de Spartacus contra o exército romano (onde vários escravos se juntam à ele), e não nas suas batalhas ocorridas no ludo, como gladiador. Não que isso seja um problema, pelo contrário.

A história é altamente agitada. Em nenhum momento eu "relaxei" durante a leitura. Possui um enredo cheio de reviravoltas e traições, nunca se sabe o que está prestes a acontecer, quem vai morrer, quem vai atacar ou em que momento isso vai acontecer. Eu me senti como um dos soldados, sempre alerta, sempre na expectativa! Acho que foi por isso que li tão rapidamente. Ah, e só para acrescentar: O livro é cheio de lutas e de batalhas muito bem escritas e maravilhosas! O que é natural, já que o foco principal é este. Sou apaixonada por cenas desse tipo, o que também fez com que o livro ganhasse mais pontos comigo, haha.

Como já disse anteriormente, eu não conhecia o Ben Kane. Ele é um ótimo escritor, escreve de um modo bastante simples e acessível, a linguagem é dinâmica e nem um pouco enfadonha, chega até a ser muito viciante! Espero que publiquem mais trabalhos dele aqui, no Brasil.

Outro aspecto que gostei bastante no livro, além da narração e das ótimas cenas de ação, foi a construção dos personagens. Pensei que eles não fossem bem explorados, mas estava enganada. Spartacus e Ariadne são maravilhosos. Ben escreveu sobre o romance deles de uma forma bastante pura, o que contrastou com a violência do livro. Outro personagem que também me chamou a atenção foi o Carbo, no início pensei que ele seria um "chatinho", mas acabou me conquistando, também.

E sobre a questão da Roma Antiga, o livro realmente é um verdadeiro documento, retratando muito bem o modo como prisioneiros eram vistos, o comportamento dos soldados durante as guerras, toda a fé que o povo tinha nos deuses (sempre implorando pela ajuda do Cavaleiro, de Júpiter, Marte e mandando os inimigos irem à Hades, rs) assim como a dura realidade da vida e da sociedade, principalmente em relação às mulheres. O medo da violência e do estupro, aparentemente, não é típico apenas dessa época, como nós podemos ver muito bem nos dias de hoje.

Portanto, é um livro que recomendo fortemente, principalmente para quem gosta de uma narrativa viciante, ação, história e até mesmo mitologia.

Capa: ***
Personagens: ***
Enredo: *****

4 estrelas de 5! Um ótimo livro!


Agora, deixo aqui com vocês a capa do segundo volume (a série é composta por apenas dois livros) que já está na minha estante e mal pode esperar para ser lido! Em breve postarei a resenha do segundo.

Espero que tenham gostado.

Fiquem bem.



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Resenha: Quem é Você, Alasca?


 "Se as pessoas fossem chuva, eu seria garoa, e ela, um furacão"

Depois de muitas eras sem dar as caras, venho aqui anunciar a primeira resenha do blog!
Sem enrolações, serei bem direta:

Eu não estava com vontade de ler esse livro. Nenhuma. O fato de ser considerado por muitos a melhor obra de John Green (Sim, o mesmo autor de A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel) confesso que nunca me senti atraída para lê-lo.

Ora, e se você não queria lê-lo, por quê comprou?
Bem, ele estava à venda em um sebo por dez reais. Eu estava com o dinheiro no bolso, não queria voltar para casa com as mãos abanando. E o comprei. O livro passou um bom tempo esquecido na estante, e, se não fosse pelo ritmo puxado da escola, que me obrigou a ler um livro mais fino (este tem 200 e poucas páginas) acabei resolvendo dar uma chance para ele.

Quem é Você, Alasca? Conta a história do jovem Miles, um adolescente fissurado por últimas palavras que vivia uma vida sem graça, morna, sem ninguém realmente importante para ser chamado de "amigo". Tudo muda quando ele resolve estudar em Culver Creek, um colégio interno onde Miles consegue ter uma configuração de como é a "vida de verdade". Em meio à cigarros, bebidas, novos amigos e trotes, o garoto conhece (e se apaixona) por uma moça chamada Alasca Young. Alasca é um verdadeiro mistério. Meiga em alguns momentos, muito esperta, às vezes bruta, ela tinha várias faces, difícil descobrir uma verdadeira. E é esse seu mistério que nos faz, de certa forma, também querer saber quem é Alasca, quais suas intenções, o que ela realmente quer, pois, em alguns momentos, nós nos identificamos com ela. Outras vezes, nos identificamos com Miles. E, dessa forma, a história toma prumo.

A narração é fácil. O livro possui uma leitura rápida, no entanto, a história demora para chegar ao seu "ponto alto", não que Green enrole, e sim porque ele apenas estava "armando o terreno". O enredo é surpreendente para uma história que me parecia mais um romancezinho adolescente, não é a toa que devorei as últimas páginas com muita avidez.

Os personagens, com exceção de Alasca e do Sr. Hyde (Sim, queria ter um professor como ele, haha!), não chamaram muito a minha atenção. Nada de surpreendente. Aliás, acho que o autor poderia tê-los explorado um pouco mais.

Um ponto positivo no livro são as pequenas indagações filosóficas feitas, esse aspecto eu curti bastante, assim como a questão das últimas palavras. Realmente me fez pensar um pouco, e gosto de livros que provocam esse efeito em mim.

John Green não é ruim, mas definitivamente não é meu estilo de leitura. Não sei se lerei algo dele novamente. Quem sabe no futuro! De qualquer foma, não me arrependi de ter lido este livro.

Concluindo, aqui vai uma avaliação geral (Valendo 5 estrelas).

Capa: ****
Personagens: ***
Enredo: ***

Fazendo uma média, dou 3 estrelas de 5. Um livro mediano.

Espero que tenham gostado da resenha. Prometo voltar o mais breve que puder. Obrigada!






domingo, 15 de março de 2015

Sobre o Blog.


Olá.

Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que já tive alguns blogs antes. (Quando digo "antes", me refiro à mais ou menos 4 anos atrás). Esses blogs falavam sobre diversos assuntos, mas nunca tive nenhum relacionado à resenhas, que será exatamente a função deste.

E por que postar resenhas? Bom, além de se poder expressar a opinião sobre determinado livro/série (não assisto séries, então é provável que não tenha resenhas de séries por aqui, hehe)/filme, com a resenha é possível também auxiliar alguém a formular uma opinião. E é por isso que eu criei o Lua Adversa. Para expor minha opinião sobre, principalmente, livros, e assim fazer com que as pessoas conheçam novas obras e expandam seus horizontes.

E sobre o título do blog... Bom, é o mesmo título de um dos meus poemas favoritos da Cecília Meireles.

Aqui está ele:
Tenho fases, como a lua, 
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua... 
Perdição da minha vida! 
Perdição da vida minha! 
Tenho fases de ser tua, 
tenho outras de ser sozinha. 
Fases que vão e que vêm, 
no secreto calendário 
que um astrólogo arbitrário 
inventou para meu uso. 
E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 
Não me encontro com ninguém 
(tenho fases, como a lua...). 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu... 

Cecília Meireles, in 'Vaga Música'

Leio muitos livros de fantasia, então a maioria das resenhas abordarão esse tema. Mesmo assim, posso trazer alguma coisa nova, pois ultimamente estou conhecendo livros diferentes (e igualmente interessantes).

Não sei se esse blog vai ficar famoso ou se alguém irá lê-lo. Mas se ler, espero que ajude em algo.
A propósito, perdoem-me por não falar muito. Estou apressada. Mas vou tentar trazer na próxima postagem uma resenha de um livro que li recentemente (e não é fantástico, creio eu).

P.S: Não vou falar sobre mim pois creio ser desnecessário, até porque tem o meu perfil aí, na coluna lateral...

Então é isso.
Fiquem bem.